sexta-feira, 17 de junho de 2011




Mãe do Coração

Esta criança esteve escondida no teu pensamento,
noite após noite, por anos a fio,
guardada na tua retina sem que nunca a tivesses visto.
Esta criança bendita, que foi escolhida por Deus e por ti,
para compartilhar de tua vida, nunca sofrerá,
ficará triste ou chorará por desamor ou abandono,
pois existe alguém especial, um anjo,
que o destino colocou em seu caminho
para lhe suprir as carências, lhe amar, dar carinho.
Ela foi abençoada.
Não foi gerada por ti,
não foi esperada por nove meses,
não veio de dentro de tuas entranhas,
mas veio de algo muito maior:
um amor enorme que tinhas para compartilhar
com ela e com o mundo.
Não o adotaste simplesmente; ele é teu filho –
filho do imenso carinho que tens para dar,
da tua capacidade de doação,
da abnegação,
do desejo sofrido e ao mesmo tempo esperançoso que tiveste
de um dia cuidar e de ouvir alguém
te chamando de “mãe”.
Será filho de noites em claro,
de preocupações,
de alegrias,
de dias de chuva,
de dias de sol.
Será filho de tristezas,
de sonhos,
de esperanças
e de dedicação,
pois tens por ele o mesmo carinho que terias
por um filho do teu sangue.
Esta criança veio de onde quer que seja,
predestinada para ti.
Apenas nasceu de outra mãe,
pois nada acontece por acaso,
mas o destino dela eram os teus braços e teu desvelo.
Ela foi gerada dentro do teu coração
porque, provavelmente, merecia uma mãe tão especial quanto tu!










Projeto de Aceleração dos Processos de Adoção de Crianças Abrigadas
Autora: Marisete Wietzke de Oliveira.


Sou Marisete Wietzke de Oliveira, hoje vereadora da cidade de Rio Pardo, Estado do Rio Grande do Sul, mas há muito, venho batalhando em prol das crianças abrigadas.
Tenho um projeto que é de "Aceleração dos processos de Adoção". Trabalho praticamente no anonimato, pois ainda não consegui o meu intento que é de tirar estas crianças dos abrigos e lhes dar uma família, que é a base de tudo, pois se a justiça não acelerar estes processos, estas crianças ficam condenadas, envelhecem nos abrigos e serão os mais prováveis candidatos à drogadição, prostituição, cadeia ou até, matar ou morrer, porque todo abrigo tem um prazo de permanência, e estes verdadeiros encarcerados irão pra onde?
Depois que envelhecem, ninguém mais os quer, pois o perfil de hoje são de recém nascidos até, no máximo três anos de idade.
Apesar de ser uma parlamentar, este meu projeto é pela vida e nunca ouvi falar de algum político ou chefe de estado que tivesse se interessado por estas crianças. Falam muito em direitos dos presos, nada contra, mas e estas crianças que não sabem o porque que estão presas e nada fizeram?
Daí a minha inconformidade, com a desigualdade de tratamento. Muitos destes abrigos sobrevivem de migalhas, doações e dói, dói muito quando se comprova que em alguns deles, no horário das refeições, tem cinco cadeirinhas e um prato de comida, sendo uma colherada para cada um e terminou, terminou.
A preocupação maior hoje é com o crack. Sinceramente, não sei o que fazer para combater esta praga, mas para estas crianças que estou batalhando, tem jeito sim, basta o judiciário acelerar os seus processos, pois temos no Brasil, seis pais aptos para cada criança abrigada, não precisamos fazer campanha para que adotem uma criança, mas para que consigamos coloca-las à disposição para a adoção.
Isso tudo é apenas um flash do que acontece no Brasil, sem falar que as pessoas que trabalham nestes abrigos, na maioria delas, são despreparadas, onde estas crianças, muitas vezes são espancadas, humilhadas e até abusadas sexualmente, pois não tem nenhum tipo de fiscalização por parte do governo.
Se todos tivessem a chance de ter uma família, a história seria bem diferente e cortaríamos muito dos males pela raiz.
Se o judiciário não tem condições físicas para acelerar estes processos, minha sugestão é que sejam contratados profissionais através da iniciativa privada, ou mesmo os estagiários das universidades que estão loucos para trabalhar, e isso é tão possível, que uma juíza de Campo Bom-RS, usou desta prática e, em um mês resolveu a vida de todas as crianças abrigadas do seu município.
Minha História
Eu, sem condições de ser mãe biológica, com 45 anos, eu e o meu marido resolvemos nos inscrever para a adoção, depois de quatro meses nosso processo foi aprovado, ficamos aptos para a adoção, mas sem muito ânimo, pois sabíamos de casos de pessoas que estão na fila de espera há mais de 12 anos.
Aí é que entra a vontade divina, antes de completar um ano que estávamos neste processo, fomos chamados pela assistente social do fórum local, pois verificando nosso processo viu que faltavam dados,onde o principal deles era se nós aceitaríamos uma criança com problemas de saúde. Sem pestanejar, nós respondemos que sim, pois poderia ser um problema físico ou orgânico, desde que fosse tratável que nós aceitaríamos.
Em Menos de um mês fomos chamados no fórum novamente, pois tinha surgido uma criança na comarca de Porto Alegre para nós. Logo percebemos que, pela rapidez esta criança deveria ter algum problema. Ao chegar lá, fomos informados que era uma criança com problemas de saúde, e que na fila única do estado, o nosso m ele e a equipe do abrigo ao médico. Chegando lá só fiz duas perguntas ao profissional: Ele vai falar? Ele respondeu se vocês correrem, vocês talvez salvem parte de um ouvido, pois o outro ele já perdeu, seus movimentos com a cabeça, as mãos e os pés eram de dor, pois teve 10 otites sem serem tratadas.
Quanto ao andar, só Deus. Não quis ouvir mais nada, saímos dali e fomos pedir a adoção do nosso filho que hoje chama-se João Armando. dia 23 de janeiro de 2009 fomos chamados para buscá-lo, pois tínhamos ganho a guarda do mesmo. Chegamos em nossa cidade, com aquele pequeno, sem entender nada, não segurava o pescoço, pois no abrigo vivia em cima de uma cama, e logo levamos para os mais conceituados profissionais da área médica de Santa Cruz do Sul. Fizemos um tratamento de choque, em uma semana ele já estava irreconhecível. Em um mês o Neurologista o liberou dizendo que ele era uma criança sadia. Seis meses conosco, dia 25 de julho do mesmo ano, ele começou a andar. Meu filho Ana, vai fazer 3 aninhos dia 13 de dezembro e ele é lindo e perfeito, Fala e ouve perfeitamente. Então, ele só precisava de cuidados e de o amor de uma família. O perfil foi o único que se encaixou.
Segundo a ficha da Assistente Social que acompanhou o caso, era um menino de um ano e um mês ,filho de mãe com problemas psíquicos, surdo, altista, com astigmatismo e que fazia movimentos repetitivos com a cabeça, os pés e as mãos e grunia e outras particularidades que espero que me entendas gostaria de guardar somente comigo. Pedimos para conhecê-lo e levá-lo à um médico para uma revisão, assim procedemos.
Dia 08 de janeiro de 2009 conhecemos o nosso filho. Dia 14 de. janeiro de 2009,fomos com ele e a equipe do abrigo ao médico. Chegando lá só fiz duas perguntas ao profissional: Ele vai falar? Ele respondeu se vocês correrem, vocês talvez salvem parte de um ouvido, pois o outro ele já perdeu, seus movimentos com a cabeça, as mãos e os pés eram de dor, pois teve 10 otites sem serem tratadas. Quanto ao andar, só Deus. Não quis ouvir mais nada, saímos dali e fomos pedir a adoção do nosso filho que hoje chama-se João Armando. dia 23 de janeiro de 2009 fomos chamados para buscá-lo, pois tínhamos ganho a guarda do mesmo. Chegamos em nossa cidade, com aquele pequeno, sem entender nada, não segurava o pescoço, pois no abrigo vivia em cima de uma cama, e logo levamos para os mais conceituados profissionais da área médica de Santa Cruz do Sul. Fizemos um tratamento de choque, em uma semana ele já estava irreconhecível.
Em um mês o Neurologista o liberou dizendo que ele era uma criança sadia. Seis meses conosco, dia 25 de julho do mesmo ano, ele começou a andar. Meu filho Ana, vai fazer 3 aninhos dia 13 de dezembro e ele é lindo e perfeito, Fala e ouve perfeitamente. Então, ele só precisava de cuidados e de o amor de uma família.
Se puderes me ajudar para que eu possa levar adiante esta minha prática, te agradeço do fundo do coração, pois nada na vida acontece por acaso. João Armando estava esperando por nós.
Ao contrário dos presos que tem indulto de Natal entre outros, a maioria reincide e não voltam mais para cumprir suas penas. Tomara que consigamos ajudar estes pequenos esquecidos. Quero divulgar este projeto para chamar a atenção do Brasil e principalmente das autoridades, para que, agilizem os processos de adoção das crianças abrigadas.
Marisete Wietzke de Oliveira.